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Seis escolas desfilaram na primeira noite do Grupo Especial na Sapucaí, no Rio de Janeiro, no último domingo (19). A noite foi marcada por homenagens a Arlindo Cruz, no Império Serrano, e a Zeca Pagodinho, na Grande Rio, contagiando o público e emocionando a Avenida. A Estação Primeira de Mangueira com a Bahia ganhou o público.
Unidos da Tijuca, Mocidade Independente de Padre Miguel e a escola Acadêmicos do Salgueiro também passaram pela Sapucaí neste domingo.
A Mangueira fez um desfile em homenagem às diferentes Áfricas que ajudaram a construir o carnaval na Bahia no encerramento do primeiro dia. Em busca de seu 21º título, a Estação Primeira cantou o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. Na Sapucaí, a escola contou uma história cronologicamente, desde os cortejos afro-baianos do século 19 até os dias de hoje.
Em sua apresentação, a Mangueira contou com 29 alas, cinco carros, três tripés e 3,5 mil integrantes. A cantora Alcione, rainha da escola, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, participaram do desfile na Sapucaí.
A comissão de frente já deixou claro a presença da força feminina no enredo. Com um tripé cheio de transformações com paredes que se abriam e plataformas móveis, orixás saíam de uma árvore sagrada.
O Império Serrano abriu a noite de desfiles na volta ao Grupo Especial após dois anos longe da elite. A presença do homenageado Arlindo Cruz sentado em um trono e alas divertidas simbolizando composições criadas ou cantadas por ele foram os trunfos para a quebra do jejum de 40 anos sem títulos.
Um dos momentos mais emocionantes do desfile da Império Serrano ficou para o final: Arlindo desfilou no último carro da escola, junto com a esposa, Babi, demais parentes e amigos. A alegoria representava um bar e trazia uma imensa escultura do sambista.
A Acadêmicos do Grande Rio, atual campeã, homenageou Zeca Pagodinho com várias alas sobre as crenças do sambista (São Jorge, Oxum, Ogum, Cosme e Damião). Ele veio no último carro, acompanhado da esposa Mônica.
Com 29 alas, 3,2 mil integrantes e sete alegorias, a escola tenta o bicampeonato com o enredo “Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar”.
Celebrando 70 anos de história, a Acadêmicos do Salgueiro apresentou um novo olhar para o Jardim do Éden, com uma representação do Paraíso sem julgamentos.
O enredo teve uma homenagem ao carnavalesco Joãosinho Trinta e menções aos sete pecados capitais. O carro abre-alas impressionou pelo tamanho (100 metros de comprimento e até 20 de altura).
A Mocidade Independente de Padre Miguel fez um tributo a Mestre Vitalino (1909-1963) e aos artistas que mantêm vivo legado do artesão pernambucano. As paisagens, matérias-primas e personagens retratadas nas obras dele e dos herdeiros coloriram o desfile. Tons terrosos fizeram com que carros, esculturas e fantasias parecessem ser feitos de barro.
A Unidos da Tijuca levou para a Sapucaí a cultura e a história da Baía de Todos os Santos, da Bahia. Com uma narrativa lúdica, a escola apresentou sereias, peixes, botos, histórias de pescadores, festas, e lendas da população ribeirinha local. Juliana Alves veio como Iemanjá e a comissão de frente teve um show de luzes.
No último carro, a escola enfrentou problemas com a estátua de um farol, que entrou um pouco tombada na avenida, após esbarrar em um viaduto.