O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse que “não somos república de banana” e que “é lógico que vai ter eleição” presidencial em 2022.
“Quem é que vai proibir eleição no Brasil? Por favor, gente”, continuou Mourão, indagado na tarde de quinta (22), quando chegava no Palácio do Planalto.
Na manhã do mesmo dia, um artigo publicado no Estado de S.Paulo dizia que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, tinha mandado um recado para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmando que as eleições do ano que vem não iriam acontecer caso o voto impresso fosse aprovado pelo Congresso. Braga Netto e Arthur Lira desmentiram a matéria.
Hamilton Mourão disse que não acredita que essa ameaça tenha realmente ocorrido.
“Eu conheço o ministro Braga Netto há muito tempo, sei que ele não manda recado e não é, vamos dizer, da forma dele proceder que as coisas ocorressem dessa forma, até porque é um assunto que não diz respeito [a ele]”.
Jair Bolsonaro já tinha pessoalmente ameaçado as eleições de 2022 caso o seu projeto de voto impresso não fosse aprovado. Bolsonaro falou ainda que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estava envolvido em fraudes nas eleições anteriores.
Sem voto impresso, disse, “corremos o risco de não termos eleições ano que vem. A fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014”.
Walter Braga Netto negou a ameaça à democracia. Em nota, o ministro disse que “não se comunica com os Presidentes dos Poderes, por meio de interlocutores” e que a notícia do Estadão é “mais uma desinformação que gera instabilidade entre os Poderes da República, em um momento que exige a união nacional”.
O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, disse que conversou “com o Ministro da Defesa e com o Presidente da Câmara e ambos desmentiram, enfaticamente, qualquer episódio de ameaça às eleições”.
“Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia”, completou.