O relator do processo contra a pastora e deputada federal Flordelis (PSD-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, Alexandre Leite (DEM-SP), recomendou a cassação do mandato da deputada por condutas incompatíveis com o decoro parlamentar. Ela é acusada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante da morte do marido, o também pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros em junho de 2019.
“As provas coletadas tanto por esse Colegiado quanto no curso do processo criminal são aptas a demonstrar que a representada tem um modo de vida inclinado para prática de condutas não condizentes com aquilo que se espera de um representante do povo”, escreveu o relator no parecer sobre a assassina.
Ao ler seu parecer, Leite sustentou que a deputada “abusou das prerrogativas constitucionais asseguradas a membros do Congresso Nacional e fraudou o regular andamento dos trabalhos legislativos para alterar o resultado de deliberação”. As infrações estão previstas no Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e são puníveis com a perda de mandato.
No voto que recomenda a cassação do mandato, ele alega que Flordelis seria a única pessoa entre os suspeitos de envolvimento com a execução de Anderson do Carmo com dinheiro suficiente para comprar a arma do crime.
Leite também afirma que a deputada abusa da imunidade prisional e da imunidade processual a que tem direito como parlamentar para fugir da responsabilização penal dos atos pelos quais é acusada, “sendo a única envolvida que não foi, nem se encontra presa”.
O parecer ainda será objeto de votação no Conselho de Ética e, se for aprovado, o caso segue para o plenário da Câmara. A cassação do mandato ocorre por maioria simples dos votos entre os deputados.
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