O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, avaliou que a “solução do Alto Comando para superar a crise Pazuello, abre as portas para indisciplina e politização das FFAA, fortalecendo a escalada golpista de Bolsonaro”.
Freire questionou ainda se valerá a pena a solução tomada pelo Comando do Exército não punir o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que participou de um ato político ao lado de Jair Bolsonaro semanas atrás.
Para o ex-ministro e ex-senador, a decisão só desgasta a imagem do Exército.
“Será que isso adianta alguma coisa, junto ao Alto Comando do Exército na escalada de desmoralização que ele sofre, por ação de Bolsonaro o capitão reformado por indisciplina e terrorismo contra a sua própria instituição militar?”
Mais cedo, em suas redes sociais, Roberto Freire considerou “temerária” a decisão.
Sei não, mas é uma decisão no mínimo temerária para o Brasil que sofre escalada golpista de Bolsonaro. Há riscos evidentes quanto a disciplina e politização das FFAA . Exército decide não punir Pazuello por participação em ato com Bolsonaro no Rio
“Isto impõe a todas as forças democratas: lutar pelo impeachment e unir-se em torno de um único candidato nas eleições/22”, apontou.
Em nota divulgada à tarde, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, anunciou que não irá punir o general e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
“O Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general”, diz em nota.
“Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do general Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”, informou através de nota.
Em uma declaração ao Exército, Pazuello disse que o ato em que participou com Bolsonaro não era político, foi apenas “um passeio de moto”. Uma declaração considerada, por muitos oficiais-generais, um escárnio, um deboche, à instituição militar, pois todos sabem que foi uma manifestação política.
O Estatuto das Forças Armadas e o Regulamento Disciplinar do Exército proíbem a participação de militares da ativa em manifestações de natureza político-partidária.
Após o Exército ter instalado um procedimento disciplinar contra Pazuello, Bolsonaro o nomeou, na terça-feira (1), secretário de Estudos Estratégicos, dentro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.