O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu-se, na terça-feira (29), com lideranças do PSD, do MDB e do União Brasil para articular a aprovação da PEC da Transição e a base do governo a partir do ano que vem.
Nos encontros, que ocorreram separadamente, foi combinado que possíveis indicações para ministérios, em caso de composição para o futuro governo, deverão ser discutidas mais para frente.
Os deputados e senadores do PSD, partido presidido pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, já definiram que irão apoiar a PEC que garante o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil, ou Bolsa Família, com acréscimo de R$ 150 por criança.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) participou da reunião com Lula e informou que todos os senadores do partido, “até os que não apoiaram Lula nas eleições”, são a favor da PEC da Transição. “Tanto na Câmara quanto no Senado a gente tem votos suficientes para ajudar a aprovar a PEC”, avaliou o senador.
Alencar indicou que o partido irá participar da base de Lula, mas essa discussão ficará para depois da aprovação da PEC. “Vamos trabalhar pra aprovar a PEC. No momento é aprovar a PEC. No segundo momento pode discutir participação no governo”.
Segundo Alencar, Gilberto Kassab afirma que “o PSD deve ir para a base de sustentação do governo”.
O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse, “com certeza absoluta”, que a “grande maioria” do PSD apoiará a PEC da Transição. “Na bancada do PSD hoje, posso te falar que a grande maioria, com certeza absoluta, apoia”.
O líder do PSD, na Câmara, Antonio Brito (BA), calcula que a maior parte dos deputados da legenda votarão de maneira favorável à PEC.
MDB
O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), apontou que “há um espírito colaborativo” no partido para ajudar na aprovação da PEC da Transição.
“A PEC tem um olhar, principalmente, para as pessoas mais pobres. Quem é que pode ser contra aumentar o Bolsa Família de R$ 400 para R$ 600 e de mais R$ 150 para cada criança até 6 anos de idade?”, questionou. A base bolsonarista já declarou que votará contra a PEC.
“Há um espírito colaborativo no MDB, até porque nós temos sensibilidade e nós entendemos que a área social, que foi fundamental no debate da eleição, tem que ser prioridade verdadeira nas ações do próximo governo”, continuou Baleia Rossi.
De acordo com ele, a reunião com Lula serviu para “começar um diálogo sobre as políticas públicas que vão ser implantadas”.
“Há, por parte do presidente da equipe de transição, uma vontade para que o MDB possa discutir as questões que são relevantes e que serão fundamentais ainda este ano, como a PEC da transição, e uma agenda a partir do ano que vem”, completou.
UNIÃO BRASIL
Lula também se reuniu com o senador Davi Alcolumbre (AP) e com o deputado Elmar Nascimento (BA), lideranças do União Brasil, partido nascido da fusão entre o DEM e o PSL, para iniciar as conversas sobre o apoio à PEC e convidar a legenda para ser da base governista.
Davi Alcolumbre falou que o encontro foi “ótimo”. Em entrevista coletiva, o senador, que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), defendeu que a negociação deve acontecer em conjunto com a Câmara dos Deputados.