Em nova rodada de negociação, nesta terça-feira (28), entidades sindicais representantes do funcionalismo público e o governo federal não chegaram a um acordo sobre o percentual de reajuste salarial aos servidores.
As entidades rejeitaram, por unanimidade, o percentual de 7,8% apresentado pelo Executivo, afirmando que o índice está́ muito aquém das perdas acumuladas nos últimos anos, e defendem que o valor seja ampliado para 13,5% a partir de março.
Rudinei Marques, presidente do Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate), ressaltou que a resolução da campanha salarial 2023 é emergencial e “espera que o governo resolva a questão até a próxima semana, para que depois as entidades possam focar nas pautas setorais”. “Esperamos e sabemos que o governo tem condições de melhorar essa proposta para um percentual de dois dígitos”, finalizou Rudinei.
Para o presidente da Anfip, Vilson Romero, não dá para postergar a mitigação das perdas dos servidores, que já estão sofrendo com o aumento das alíquotas previdenciárias e perda do poder de compra nos últimos anos.
O último reajuste concedido para os servidores foi em 2017 e, desde então, os salários dos servidores seguem congelados. Mesmo se houvesse a recomposição de 7,8%, o reajuste ficaria abaixo da defasagem registrada no governo Bolsonaro que foi o primeiro nos últimos 30 anos a não repor as perdas da inflação para o funcionalismo.
Sem acordo, o secretário de Gestão de Pessoas e Relações do Trabalho do MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), Sérgio Mendonça, afirmou que irá apresentar as contrapropostas à ministra Esther Dweck, do MGI, e nova proposta deverá será apresentada até sexta-feira (3), com nova rodada de negociação agendada para 7 de março.