Entidades sindicais que têm clubes e colônias de férias no Litoral Norte de São Paulo estão liberando esses espaços para pontos de apoio e socorro às vítimas dos deslizamentos de terra ocorridos na região na última semana.
A medida foi orientada pelas Centrais Sindicais que alertam para a urgente necessidade de ações dos poderes públicos para evitar que tragédias como essa continuem acontecendo. “É um debate urgente e que está na ordem do dia”, afirmam as entidades em nota. “Essa tragédia já vinha sendo anunciada há anos, com o desastre de Nova Friburgo e Teresópolis (2011), as tempestades no Vale do Itajaí, Santa Catarina (2020), as enchentes da Bahia (2022), as chuvas em Petrópolis (2022), entre outras”.
“É necessário dar um basta nessa situação! As Centrais Sindicais, que representam mais de 50 milhões de trabalhadores, EXIGEM a implantação de um programa habitacional para atender os mais necessitados, pois não é possível que o trabalhador e suas famílias continuem sendo empurrados para as perigosas encostas de morros por falta de um programa habitacional justo”.
“Por tudo isso as Centrais Sindicais exigem que os governos municipais, estaduais e federal ampliem, com urgência, políticas públicas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, que atendam a população de baixa renda, uma vez que essas são as principais vítimas. Encosta de morro não pode servir de moradia para nenhuma família”, diz a nota, assinada por Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT); Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Moacyr Auersvald, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
As Centrais também orientam os sindicatos a receber doações de cestas básicas e outros insumos. Conforme balanço da Defesa Civil do Estado de São Paulo, o desastre que atingiu a região deixou 54 mortos, 30 desaparecidos e mais de 4 mil desabrigados e desalojados.