O Supremo Tribunal Federal rejeitou na última quinta-feira (10) as ações que pediam a suspensão da realização da Copa América no Brasil. Com isso, ficou confirmada a realização do evento a partir do próximo domingo (13) em quatro sedes: Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal.
A Copa América seria realizada na Colômbia e na Argentina, mas foi cancelada na Colômbia em razão de protestos no país. Depois, o torneio também foi cancelado na Argentina por causa do avanço da Covid. O Brasil, então, foi escolhido como sede pela Conmenbol após o país ter sido oferecido por Bolsonaro, independente da situação da pandemia.
O tema foi julgado no plenário virtual do STF, no qual os ministros se manifestam eletronicamente. As duas ações, apresentadas pelo PSB e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, tiveram a ministra Cármen Lúcia como relatora.
Relator de uma terceira ação, apresentada pelo PT, o ministro Ricardo Lewandowski, defendeu a apresentação pelo governo, em 24 horas, de um plano “compreensivo e circunstanciado acerca das estratégias e ações que está colocando em prática, ou pretende desenvolver, para a realização segura” do evento.
Lewandowski também votou a favor de determinar que os governos do Distrito Federal e dos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás, assim como os municípios do Rio de Janeiro, Cuiabá e Goiânia, que pretendem sediar jogos, “divulguem e apresentem ao Supremo Tribunal Federal, em igual prazo, plano semelhante, circunscrito às respectivas esferas de competência”.
A realização da competição no Brasil tem sido criticada por especialistas em saúde pública. Isso porque o país soma 482 mil mortes por Covid e 16,9 milhões de casos confirmados da doença. Inicialmente, o governo disse que exigiria que todos os integrantes de todas as delegações estivessem vacinados. Depois, voltou atrás e informou que os atletas serão testados a cada 48 horas.
A Conmebol agradeceu ao governo brasileiro por receber o evento. Apesar da pandemia e de o Brasil ser um dos países com mais mortes no mundo por Covid-19, Bolsonaro bancou o torneio no país logo após a desistência dos argentinos.
A decisão de sediar a Copa América também desencadeou uma crise entre a CBF e o elenco da seleção brasileira. Uma possibilidade de boicote por parte dos jogadores e o do técnico Tite chegou a ser ventilada antes do afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF, mas não se concretizou.
Ao final, os jogadores divulgaram apenas um texto em que se manifestaram contra o modo como o Brasil foi escolhido para sediar o evento.