A cidade de São Paulo já conta com seis hospitais municipais com pelo menos 95% de lotação nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) que fecharam as portas para novos pacientes nesta terça-feira (12). A taxa geral de ocupação nas UTIs de hospitais municipais está em 82% nesta terça-feira (12).
Os Hospitais Doutor José Soares Hungria, em Pirituba e Vereador José Storopolli, na Vila Maria, na Zona Norte, o Hospital Saboya, no Jabaquara, Zona Sul, o Hospital Planalto, em Itaquera, o Hospital Inácio Proença de Gouvêa, na Mooca, Zona Leste e Hospital Municipal de Cidade Tiradentes, na Zona Leste, são as unidades que não conseguem mais receber novos pacientes.
O Hospital da Bela Vista também, inaugurado há menos de um mês para reforçar o atendimento a pacientes com Covid-19, está com 90% de seus leitos ocupados. Segundo a Prefeitura, até o final do mês vai aumentar para quase 1.500 o número de leitos de UTI na cidade e que está negociando a locação de mais leitos com hospitais particulares. A Prefeitura já fechou acordo com 11 hospitais particulares.
Medida para garantir a quarentena
Como forma de tentar diminuir as possibilidades de as pessoas saírem de casa, a Prefeitura ampliou o rodízio de veículos na Cidade. Desde segunda-feira (11), os veículos com final da placa em número ímpares, só poderão rodar em dias ímpares, o mesmo vale para os com final de placa com número par.
Na capital, a taxa de adesão à quarentena na segunda-feira foi de 49%, no primeiro dia de funcionamento do rodízio ampliado de veículos. Na avaliação do prefeito Bruno Covas (PSDB), o número, comparado com os 46% contabilizados na sexta (8), representa um aumento na adesão e demonstra que a decisão da gestão municipal foi acertada.
“O índice de isolamento, que era de 46% nesta sexta-feira, foi de 49,3% nesta segunda-feira (11). Um aumento de quase 10% em relação ao índice de sexta-feira. Mostra que estamos no caminho de voltar aos 55% e 60%, que nós tínhamos no começo da quarentena. Eu já me comprometi, voltando a este índice, a gente volta a suspender o rodízio na cidade de São Paulo”, afirmou Covas.
Covas disse ainda que o número de carros teve uma diminuição de 1,5 milhões de veículos, provocados pela restrição. “O que significa 1,9 milhões de pessoas deixando de circular de carro”, defendeu.
O prefeito afirmou que apesar do aumento de 270 mil pessoas no transporte público municipal, o que representa uma elevação de 6% a cidade, não teve “nenhum relato, seja no pico da manhã, seja no pico da tarde, de ônibus superlotados na cidade de São Paulo. Nós estamos acompanhando a movimentação no trem e no metrô, que são de responsabilidade do governo do estado”.
Hospitais Inaugurados
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, entregou nesta semana, duas novas unidades hospitalares exclusivas para atender pacientes contaminados pela Covid-19.
O Hospital da Brasilândia teve uma de suas alas inaugurada para atendimento exclusivo para o tratamento do coronavírus. As operações começaram com 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 16 leitos de enfermaria. De acordo com a prefeitura, quando estiver em pleno funcionamento a unidade contará 305 leitos.
O bairro é o mais afetado pela pandemia, onde já foram registradas 123 mortes em virtude do vírus, entre suspeitas e confirmadas. A região da Freguesia do Ó, distrito que pertence a mesma subprefeitura, contabilizou 80 mortes.
A região da Freguesia/Brasilândia possui 17 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 3 Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), mas a demanda dos moradores da região pelo Hospital da Brasilândia remonta a década de 1970.
Outra unidade de tratamento para a Covid-19 foi inaugurada na região da Capela do Socorro, na zona sul da capital. O prefeito Bruno Covas e o secretário de Saúde, Edson Aparecido, visitaram a nova unidade nesta manhã.
“No início do ano, tínhamos 507 leitos de UTI nos nossos 19 hospitais. Ampliamos em 790 leitos de UTI e vamos chegar a uma ampliação total de 1.500. A gente espera com essa parceria com o setor privado ainda acrescentar mais 800 leitos de UTI. Tudo isso para evitar termos que escolher quem será ou não será tratado”, afirmou o prefeito Bruno Covas.
O equipamento é anexo ao Hospital Dia e foi adaptado ao atendimento exclusivo de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Ao todo, serão 70 novos leitos, sendo cinco de estabilização, com equipamentos de UTI, e 65 leitos de enfermaria para pacientes com baixa complexidade.
A nova unidade de internação ocupa, segundo a administração municipal, uma área de 1.600 metros quadrados e foi adaptada para internação de pacientes de baixa complexidade. O hospital será referência para a região da Capela do Socorro e Parelheiros, que possuem mais de 782 mil habitantes. Segundo a prefeitura, a unidade funcionará de segunda a domingo, 24 horas por dia, e terá mais de 140 funcionários para atender a população.